Ritmos em colisão
Oriundo de Zurique, o Trio Heinz Herbert reúne Ramon Landolt (guitarra elétrica), Dominic Landolt (teclados) e Mario Hänni (bateria). O trio pratica uma música improvisada de raiz jazzística, mas assume principalmente uma forma exploratória, onde não falta eletrónica. Trazendo na bagagem o recente disco Live at Wilisau (Intakt, 2017), o trio atua pela primeira vez em Portugal. O guitarrista Ramon Landolt apresenta o grupo e a sua música.
Porque é que o grupo escolheu o nome Trio Heinz Herbert, que não é o nome de nenhum dos elementos?
É o nome de uma pessoa imaginária, uma pessoa que gosta de “flirtar” com a tradição do jazz mas que, ao mesmo tempo, não faz parte dessa tradição.
Como é que vocês os três - Ramon Landolt, Dominic Landolt e Mario Hänni – se juntaram como grupo musical?
O Dominic e eu somos irmãos, tocamos juntos desde miúdos – o nosso pai também é músico, é saxofonista. Conhecemos o Mario Hänni na universidade onde estudámos. Desde o primeiro momento que tocámos, percebemos que tínhamos de continuar como um trio.
Vocês tocam num formato pouco habitual, um trio de guitarra, teclados e bateria. Porque escolheram este formato? Bem, foi o resultado natural de termos juntado as nossas três personalidades. Ao tocarmos, percebemos o quão afortunados somos por termos formado esta constelação. A mistura entre os instrumentos acústicos e eletrónicos leva-nos a combinar influências modernas e antigas – numa atitude quase tribal, por exemplo da bateria. A guitarra move-se entre estes mundos – por vezes desperta visões transformadas por modelação e processamento do som, mas também pode vibrar pela suas características puras. O teclado, pelo contrário, flutua no mundo dos sons sintetizados e abraça as ondas acústicas com pulsações e frequências geradas eletronicamente. É assim que se cria o cosmos Heinz Herbert!
Pode indicar algumas influências que tenham sido particularmente relevantes para o som do grupo? Sobretudo música boa dos estilos jazz e pop.
Já editaram quatro discos, desde o primeiro álbum Rubin (2013) até ao mais recente The Wilisau Concert (2017). Como têm visto a evolução da vossa música? A evolução definitivamente passa por explorar novos territórios formais, novos sons e ritmos. O resultado do trabalho da banda é sempre uma surpresa uma vez que compomos juntos e a maioria das composições cresce e transforma-se através de prática extensiva do ensaio. Mas sim, o nosso primeiro álbum estava estilisticamente mais próximo do jazz, em termos de forma, harmonia e ritmos.
Têm planos de convidar outros músicos para tocar com o trio? Para já não, mas se surgir uma ideia estaremos recetivos para trabalhar nessas possíveis colaborações.
Já conhecem Lisboa? O que esperam da cidade? Nunca estive em Lisboa e penso que os outros músicos do trio também não. Será o primeiro concerto da banda em Portugal e estamos muito entusiasmados por conhecer a cidade e as pessoas e por partilhar a nossa música!
Em Lisboa vão tocar num festival ao ar livre. O que poderemos esperar do vosso concerto no JIGG?
Ritmos em colisão e mundos sonoros que que se transformam no tempo e no espaço com muita improvisação e uma atitude permanente de risco.
https://www.goethe.de/ins/pt/pt/kul/sup/jig/21299090.html